terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Um dia simples

Cris Bastos


Acordar, colocar a água do café (sem açúcar) para ferver e enquanto ferve fazer um alongamento de gato.

Beber o café em uma caneca bonita, sentada na mesinha colorida da cozinha.

Acender o primeiro cigarro da manhã e fumar vendo as plantinhas do quintal, molhadas do orvalho.

Subir para o escritório e começar a escrever. Mergulhar no mundo das palavras e esquecer de toda dor que não seja a inventada mesmo que real (“chegar a fingir que é dor a dor que deveras sente”) .
Encontrar AQUELA palavra que o poema guardado ficou esperando por meses.

Parar para almoçar e conversar com a filha que chega da faculdade e com a mãe que veio visitar.

Deitar meia horinha com um livro delicioso e às vezes cochilar sem perceber.

Levantar e sair para resolver coisas do mundo,  chatas, mas suportáveis: dentistas, filas de banco, mercados... Sempre levando a máquina porque a gente nunca sabe quando uma Fada ou o Peter Pan vai aparecer na nossa frente.

Chegar em casa, colocar uma roupa macia e fazer  yoga ouvindo os clássicos dos clássicos ou os clássicos de qualquer outra coisa gostosa.

Sair e dar uma caminhada, respirando eucaliptos, observando nuvens e o por do sol nosso de todo dia.

Tomar um banho frio ou morno, às vezes quente, às vezes muiiito quente.

Procurar um filme na tevê e achar. Procurar e não achar e voltar para o computador para trabalhar naquela foto da Fada que clicou.

Deitar para dormir e sonhar.

Acordar e... Tudo novo de novo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário